quarta-feira, 27 de outubro de 2010
CONGRESSSO
PARTICIPE DO CONGRESSO DE AVIVAMENTO AMOR E COMPAIXÃO
MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.avivamaoslimpas.blogspot.com/
terça-feira, 26 de outubro de 2010
QUE DAREI AO SENHOR?
QUE DAREI AO SENHOR?
Hoje em dia vemos as igrejas lotadas em dias de campanhas, buscando bênção, prosperidade, respostas e vitórias da parte do Senhor. Porém, o que o Senhor espera de nós?? O que você pode rar para Deus, pelos benefícios que Ele tem feito em sua vida?
O salmista estava passando por um momento terrível, face a face com a morte. Além disso ele estava angustiado, sofrendo ataques demoníacos, com seu coração apertado e triste. (Salmo 116.3), porém quando ele invocou ao Senhor, obteve livramento e vitória.
Após tão maravilhosa providência, o salmista pensou em retribuir a Deus. Apesar de não ter como retribuir, ele pensou em algo que agradaria a Deus, e que ele pudesse fazer, para denotar a sua gratidão por Deus.
A pergunta do salmista é algo que todo cristão deve responder, individualmente. As bênçãos do Senhor não tem preço, não temos como pagar com dinheiro. A única coisa que podemos oferecer a Deus é devoção e gratidão.
No salmo 116, o escritor cita algumas coisas que podemos oferecer como oferta de gratidão a Deus por tantos benefícios que Ele nos tem dado.
1. Tomarei o cálice da salvação... (Salmos 116:13a)
A maior maneira de demonstrar a gratidão e devoção a Deus, é entregar sua vida a Ele. Tomar o cálice da salvação, é aceitá-lo como Senhor e Salvador. Os benefícios são para nós, mas Ele se alegra em nos salvar.
Há uma festa no céu, quando um pecador se arrepende (Lc 15.7)
2. Invocarei o nome do SENHOR. (Salmos 116:13b)
Deus se sente honrado quando buscamos cada vez mais a sua face. Ele está pronto a nos responder (Jr 33.3).
Uma forma de prestar devoção a Deus, é buscar a sua face. Deus não gosta de ser ignorado, deixado de lado. Isso e´característica de pai. Deve existir uma comunhão de filho para pai, entre você e Deus.
3. Pagarei os meus votos ao SENHOR, agora, na presença de todo o seu povo. (Salmos 116:14)
Outra forma de prestar gratidão a Deus é ser crente compromissado. Há várias maneiras de pagar os votos, diante do Senhor:
- Se você tem um compromisso com a casa de Deus, cumpra-o.
- Se você prometeu evangelizar, visitar, orar, orientar, faça isso.
- Não se esqueça dos dízimos e ofertas, é voto e compromisso. Deus está observando sua fidelidade.
- Esteja sempre envolvido com a obra de Deus, em comunhão com a igreja de Cristo.
4. Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor, e invocarei o nome do SENHOR.(Salmos 116:17)
Existe uma diferença entre cantar e louvar. Louvar é adorar a Deus através de cânticos, e também através de sua vida!!!!
Quando o salmista diz: "sacrifícios de louvor", ele fala sobre algo difícil, fala sobre renúncia, abstinência. Se não houvesse renúncia, não seria sacrifício.
Exemplos de sacrifício:
- Ir pra igreja em dia de chuva forte, ou sol quente.
- Deixar as visitas em casa, mas não faltar o culto ao Senhor.
- Frequentar a igreja, mesmo que não tenha ar condicionado, e poltronas acolchoadas, porém Deus está ali.
- Entre muitos outros exemplos.
5. Andarei perante a face do SENHOR na terra dos viventes. (Salmos 116:9)
Este versículo me faz pensar em temor. O crente fiel sabe que os olhos de Deus estão em toda parte. Andar perante a face do Senhor, é ser santo, não apenas na igreja. É ser crente em casa, no trabalho, sempre adorando a Deus, e lutando em batalhas espirituais inacabáveis. O crente mostra gratidão e fidelidade a Deus, quando anda em sua presença, não só na igreja, mas em toda a TERRA DOS VIVENTES.
Hoje em dia vemos as igrejas lotadas em dias de campanhas, buscando bênção, prosperidade, respostas e vitórias da parte do Senhor. Porém, o que o Senhor espera de nós?? O que você pode rar para Deus, pelos benefícios que Ele tem feito em sua vida?
O salmista estava passando por um momento terrível, face a face com a morte. Além disso ele estava angustiado, sofrendo ataques demoníacos, com seu coração apertado e triste. (Salmo 116.3), porém quando ele invocou ao Senhor, obteve livramento e vitória.
Após tão maravilhosa providência, o salmista pensou em retribuir a Deus. Apesar de não ter como retribuir, ele pensou em algo que agradaria a Deus, e que ele pudesse fazer, para denotar a sua gratidão por Deus.
A pergunta do salmista é algo que todo cristão deve responder, individualmente. As bênçãos do Senhor não tem preço, não temos como pagar com dinheiro. A única coisa que podemos oferecer a Deus é devoção e gratidão.
No salmo 116, o escritor cita algumas coisas que podemos oferecer como oferta de gratidão a Deus por tantos benefícios que Ele nos tem dado.
1. Tomarei o cálice da salvação... (Salmos 116:13a)
A maior maneira de demonstrar a gratidão e devoção a Deus, é entregar sua vida a Ele. Tomar o cálice da salvação, é aceitá-lo como Senhor e Salvador. Os benefícios são para nós, mas Ele se alegra em nos salvar.
Há uma festa no céu, quando um pecador se arrepende (Lc 15.7)
2. Invocarei o nome do SENHOR. (Salmos 116:13b)
Deus se sente honrado quando buscamos cada vez mais a sua face. Ele está pronto a nos responder (Jr 33.3).
Uma forma de prestar devoção a Deus, é buscar a sua face. Deus não gosta de ser ignorado, deixado de lado. Isso e´característica de pai. Deve existir uma comunhão de filho para pai, entre você e Deus.
3. Pagarei os meus votos ao SENHOR, agora, na presença de todo o seu povo. (Salmos 116:14)
Outra forma de prestar gratidão a Deus é ser crente compromissado. Há várias maneiras de pagar os votos, diante do Senhor:
- Se você tem um compromisso com a casa de Deus, cumpra-o.
- Se você prometeu evangelizar, visitar, orar, orientar, faça isso.
- Não se esqueça dos dízimos e ofertas, é voto e compromisso. Deus está observando sua fidelidade.
- Esteja sempre envolvido com a obra de Deus, em comunhão com a igreja de Cristo.
4. Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor, e invocarei o nome do SENHOR.(Salmos 116:17)
Existe uma diferença entre cantar e louvar. Louvar é adorar a Deus através de cânticos, e também através de sua vida!!!!
Quando o salmista diz: "sacrifícios de louvor", ele fala sobre algo difícil, fala sobre renúncia, abstinência. Se não houvesse renúncia, não seria sacrifício.
Exemplos de sacrifício:
- Ir pra igreja em dia de chuva forte, ou sol quente.
- Deixar as visitas em casa, mas não faltar o culto ao Senhor.
- Frequentar a igreja, mesmo que não tenha ar condicionado, e poltronas acolchoadas, porém Deus está ali.
- Entre muitos outros exemplos.
5. Andarei perante a face do SENHOR na terra dos viventes. (Salmos 116:9)
Este versículo me faz pensar em temor. O crente fiel sabe que os olhos de Deus estão em toda parte. Andar perante a face do Senhor, é ser santo, não apenas na igreja. É ser crente em casa, no trabalho, sempre adorando a Deus, e lutando em batalhas espirituais inacabáveis. O crente mostra gratidão e fidelidade a Deus, quando anda em sua presença, não só na igreja, mas em toda a TERRA DOS VIVENTES.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A VIOLÊNCIA DO AMOR
Há alguns anos, uma amiga emprestou-me um livrete chamado The Violence of Love. Era uma coleção de pensamentos do Arcebispo Oscar Romero. Fiquei impressionado com seus pensamentos e procurei conhecer sua história. Esta mesma amiga menciou um filme sobre sua vida, com Raul Julia no papel de Romero. Além de assitir o filme, comprei alguns livros, dentre eles o diário dos dois últimos anos de sua vida e outra coletânea de pensamentos seus que tornou-se um de meus livros favoritos. Oscar Romero é um martír pelo qual passei a nutrir grande admiração.
Em 2010 faz 30 anos que Oscar Romero foi assassinado enquanto celebrava a missa numa pequena capela em El Salvador.
Abaixo estão alguns de seus pensamentos extraídos do livro The Church Is All Of You.
“Como cristãos formados no evangelho,
vocês têm o direito de se organizar,
para tomar decisões concretas baseadas no evangelho.
Mas tenham muito cuidado para não trair
aquelas convicções evangélicas, cristãs, sobrenaturais
na companhia daqueles que buscam outras libertações
que podem ser meramente econômicas, temporárias, políticas.
Mesmo trabalhando pela libertação
junto com outros que possuem outras ideologias,
os cristãos devem apegar-se à sua libertação original.”
(19 de Junho, 1977)
“Não coloquemos nossa confiança
nos movimento libertadores terrenos.
Sim, eles são providenciais,
mas somente se não se esquecerem
de que toda força libertadora no mundo
vem de Cristo.”
(24 de Junho, 1979)
“Eu somente quero ser o construtor de uma grande afirmação,
a afirmação de Deus,
que nos ama
e que deseja nos salvar.”
(25 de Fevereiro, 1979)
“Na medida em que somos igreja,
isto é, verdadeiros cristãos,
encarnando o evangelho,
nesta medida seremos os cidadãos oportunos,
(…) necessários neste momento.
Se nos retrairmos desta inspiração da Palavra de Deus,
podemos ser pragmáticos,
oportunistas políticos,
mas não seremos cristãos
que moldam a história.”
(11 de Novembro, 1979)
“Eu repito o que disse a vocês uma vez quando temíamos ficar sem uma estação de rádio:
O melhor microfone de Deus é Cristo,
e o melhor microfone de Cristo é a igreja,
e a igreja são todos vocês.
Que cada um de vocês,
em seu próprio trabalho, em sua própria vocação (…) cada um em seu próprio lugar viva a fé intensamente
e sinta que em seu ambiente
você é um verdadeiro microfone de Deus nosso Senhor.”
(27 de Janeiro, 1980)
“A violência que pregamos não é a violência da espada,
a violência do ódio.
É a violência do amor,
da irmandade,
a violência que deseja transformar armas
em foices para o trabalho.”
(27 de Novembro, 1977)
LEVANTE SUA VOZ
“Abre tua boca em favor do mudo, em favor do direito de todos os desamparados.” Prov 31.8
Marcia Suzuki
Conselheira de ATINI – VOZ PELA VIDA
www.atini.org
Alguns antropólogos e missionários brasileiros estão defendendo o indefensável. Através de trabalhos acadêmicos revestidos em roupagem de tolerância cultural, eles estão tentando disseminar uma teoria no mínimo racista. A teoria de que para certas sociedades humanas certas crianças não precisariam ser enxergadas como seres humanos. Nestas sociedades, matar essas crianças não envolveria morte, apenas “interdição” de um processo de construção de um ser humano. Mesmo que essa criança já tenha 2, 5 ou 10 anos de idade.
Deixe-me explicar melhor. Em qualquer sociedade, a criança precisa passar por certos rituais de socialização. Em muitos lugares do Brazil, a criança é considerada pagã se não passar pelo batismo católico. Ela precisa passar por esse ritual religioso para ser promovida a “gente” e ter acesso à vida eterna. Mais tarde, ela terá que passar por outro ritual, que comemora o fato dela ter sobrevivido ao período mais vulnerável, que é o primeiro ano de vida. A festa de um aninho é um ritual muito importante na socialização da criança. Alguns anos mais tarde ela vai frequentar a escola e vai passar pelo difícil processo de alfabetização. A primeira festinha de formatura, a da classe de alfabetização, é uma celebração da construção dessa pessoinha na sociedade. Nestas sociedades, só a pessoa alfabetizada pode ter esperança de vir a ser funcional. E assim vai. Ela vai passar por um longo processo de “pessoalização”, até se tornar uma pessoa plena em sua sociedade.
Esse processo de socialização é normal e acontece em qualquer sociedade humana. As sociedades diferem apenas na definição dos estágios e na forma como a passagem de um estágio para outro é ritualizada.
Pois é. Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o “ser ainda em construção” poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte. Repetindo – caso a “coisa” venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte.
Esse relativismo é racista por não se aplicar universalmente. Estes estudiosos não aplicam esta equação às crianças deles. Ou seja, aquelas nascidas nas grandes cidades, mas que não foram plenamente socializadas (como crianças de rua, bastardas ou deficientes mentais). Essa equação racista só se aplicaria àquelas crianças nascidas na floresta, filhas de pais e mães indígenas. Racismo revestido com um verniz de correção política e tolerância cultural.
Foto: Niawi, menino indígena do Amazonas enterrado vivo aos 5 anos por não conseguir andar. Mãe e pai não queriam sacrificá-lo e se suicidaram antes.
Tristemente, o maior defensor desta hipótese é um líder católico, um missionário. Segundo ele “O infanticídio, para nós, é crime se houver morte. O aborto, talvez, seja mais próximo dessa prática dos índios, já que essa não mata um ser humano, mas sim, interdita a constituição do ser humano”, afirma.”(1)
Uma antropóloga da UNB, concorda. “Uma criança indígena quando nasce não é uma pessoa. Ela passará por um longo processo de pessoalização para que adquira um nome e, assim, o status de ‘pessoa’. Portanto, os raríssimos casos de neonatos que não são inseridos na vida social da comunidade não podem ser descritos e tratados como uma morte, pois não é. Infanticídio, então, nunca”.”(2)
Mais triste ainda é que esta antropóloga alega ser consultora da UNICEF, tendo sido escolhida para elaborar um relatório sobre a questão do infanticídio nas comunidades indígenas brasileiras.(3) Como é que a UNICEF, que tem a tarefa defender os direitos universais das crianças, e que reconhece a vulnerabilidade das crianças indígenas(4), escolheria uma antropóloga com esse perfil para fazer o relatório? Acredito que eles não saibam que sua consultora defende o direito de algumas sociedades humanas de “interditar” crianças ainda não plenamente socializadas.(5)
O papel da UNICEF deveria ser o de ouvir o grito de socorro dos inúmeros pais e mães indígenas dissidentes, grito este já fartamente documentado pelas próprias organizações indígenas e ONG’s indigenistas.(6)
A UNICEF deveria ouvir a voz de homens como Tabata Kuikuro, o cacique indígena xinguano que preferiu abandonar a vida na tribo do que permitir a morte de seus filhos. Segurando seus gêmeos sobreviventes no colo, em um lugar seguro longe da aldeia, ele comenta emocionado:
“Olha prá eles, eles são gente, não são bicho, são meus filhos.
Como é que eu poderia deixar matar?”(7)
Para esses indígenas, criança é criança e morte é morte. Simples assim.
NOTAS
(1) http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=347765
(2) idem
(3) Marianna Holanda fez essa declaração em palestra que ministrou em novembro de 2009 no auditório da UNIDESC , em Brasília.
(4) Segundo relatório da UNICEF, as crianças indígenas são hoje as crianças mais vulneráveis do planeta. “Indigenous children are among the most vulnerable and marginalized groups in the world and global action is urgently needed to protect their survival and their rights, says a new report from UNICEF Innocenti Research Centre in Florence.”
(5) Em algumas sociedades, crianças não socializadas seriam gêmeos, filhos de mãe solteira, de viúvas ou de relações incestuosas, crianças com deficiência física ou mental grave ou moderada, etc. A dita “interdição” do processo pode ocorrer em várias idades, tendo sido registrada com crianças de até 10 anos de idade, entre os Mayoruna, no Amazonas. Marianna defende essa “interdição” em dissertação intitulada “Quem são os humanos dos direitos?” Estudo contesta criminalização do infanticídio indígena.
(6) www.quebrandoosilencio.blog.br www.atini.org
www.movimentoindigenaafavordavida.blogspot.com
http://vimeo.com/1406660 carta aberta contra o infanticídio indígena.
(7) Trecho de depoimento do documentário “Quebrando o Silêncio”, dirigido pela jornalista indígena Sandra Terena. O documentário está disponível no link www.quebrandoosilencio.blog.br
Marcia Suzuki
Conselheira de ATINI – VOZ PELA VIDA
www.atini.org
Alguns antropólogos e missionários brasileiros estão defendendo o indefensável. Através de trabalhos acadêmicos revestidos em roupagem de tolerância cultural, eles estão tentando disseminar uma teoria no mínimo racista. A teoria de que para certas sociedades humanas certas crianças não precisariam ser enxergadas como seres humanos. Nestas sociedades, matar essas crianças não envolveria morte, apenas “interdição” de um processo de construção de um ser humano. Mesmo que essa criança já tenha 2, 5 ou 10 anos de idade.
Deixe-me explicar melhor. Em qualquer sociedade, a criança precisa passar por certos rituais de socialização. Em muitos lugares do Brazil, a criança é considerada pagã se não passar pelo batismo católico. Ela precisa passar por esse ritual religioso para ser promovida a “gente” e ter acesso à vida eterna. Mais tarde, ela terá que passar por outro ritual, que comemora o fato dela ter sobrevivido ao período mais vulnerável, que é o primeiro ano de vida. A festa de um aninho é um ritual muito importante na socialização da criança. Alguns anos mais tarde ela vai frequentar a escola e vai passar pelo difícil processo de alfabetização. A primeira festinha de formatura, a da classe de alfabetização, é uma celebração da construção dessa pessoinha na sociedade. Nestas sociedades, só a pessoa alfabetizada pode ter esperança de vir a ser funcional. E assim vai. Ela vai passar por um longo processo de “pessoalização”, até se tornar uma pessoa plena em sua sociedade.
Esse processo de socialização é normal e acontece em qualquer sociedade humana. As sociedades diferem apenas na definição dos estágios e na forma como a passagem de um estágio para outro é ritualizada.
Pois é. Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o “ser ainda em construção” poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte. Repetindo – caso a “coisa” venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte.
Esse relativismo é racista por não se aplicar universalmente. Estes estudiosos não aplicam esta equação às crianças deles. Ou seja, aquelas nascidas nas grandes cidades, mas que não foram plenamente socializadas (como crianças de rua, bastardas ou deficientes mentais). Essa equação racista só se aplicaria àquelas crianças nascidas na floresta, filhas de pais e mães indígenas. Racismo revestido com um verniz de correção política e tolerância cultural.
Foto: Niawi, menino indígena do Amazonas enterrado vivo aos 5 anos por não conseguir andar. Mãe e pai não queriam sacrificá-lo e se suicidaram antes.
Tristemente, o maior defensor desta hipótese é um líder católico, um missionário. Segundo ele “O infanticídio, para nós, é crime se houver morte. O aborto, talvez, seja mais próximo dessa prática dos índios, já que essa não mata um ser humano, mas sim, interdita a constituição do ser humano”, afirma.”(1)
Uma antropóloga da UNB, concorda. “Uma criança indígena quando nasce não é uma pessoa. Ela passará por um longo processo de pessoalização para que adquira um nome e, assim, o status de ‘pessoa’. Portanto, os raríssimos casos de neonatos que não são inseridos na vida social da comunidade não podem ser descritos e tratados como uma morte, pois não é. Infanticídio, então, nunca”.”(2)
Mais triste ainda é que esta antropóloga alega ser consultora da UNICEF, tendo sido escolhida para elaborar um relatório sobre a questão do infanticídio nas comunidades indígenas brasileiras.(3) Como é que a UNICEF, que tem a tarefa defender os direitos universais das crianças, e que reconhece a vulnerabilidade das crianças indígenas(4), escolheria uma antropóloga com esse perfil para fazer o relatório? Acredito que eles não saibam que sua consultora defende o direito de algumas sociedades humanas de “interditar” crianças ainda não plenamente socializadas.(5)
O papel da UNICEF deveria ser o de ouvir o grito de socorro dos inúmeros pais e mães indígenas dissidentes, grito este já fartamente documentado pelas próprias organizações indígenas e ONG’s indigenistas.(6)
A UNICEF deveria ouvir a voz de homens como Tabata Kuikuro, o cacique indígena xinguano que preferiu abandonar a vida na tribo do que permitir a morte de seus filhos. Segurando seus gêmeos sobreviventes no colo, em um lugar seguro longe da aldeia, ele comenta emocionado:
“Olha prá eles, eles são gente, não são bicho, são meus filhos.
Como é que eu poderia deixar matar?”(7)
Para esses indígenas, criança é criança e morte é morte. Simples assim.
NOTAS
(1) http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=347765
(2) idem
(3) Marianna Holanda fez essa declaração em palestra que ministrou em novembro de 2009 no auditório da UNIDESC , em Brasília.
(4) Segundo relatório da UNICEF, as crianças indígenas são hoje as crianças mais vulneráveis do planeta. “Indigenous children are among the most vulnerable and marginalized groups in the world and global action is urgently needed to protect their survival and their rights, says a new report from UNICEF Innocenti Research Centre in Florence.”
(5) Em algumas sociedades, crianças não socializadas seriam gêmeos, filhos de mãe solteira, de viúvas ou de relações incestuosas, crianças com deficiência física ou mental grave ou moderada, etc. A dita “interdição” do processo pode ocorrer em várias idades, tendo sido registrada com crianças de até 10 anos de idade, entre os Mayoruna, no Amazonas. Marianna defende essa “interdição” em dissertação intitulada “Quem são os humanos dos direitos?” Estudo contesta criminalização do infanticídio indígena.
(6) www.quebrandoosilencio.blog.br www.atini.org
www.movimentoindigenaafavordavida.blogspot.com
http://vimeo.com/1406660 carta aberta contra o infanticídio indígena.
(7) Trecho de depoimento do documentário “Quebrando o Silêncio”, dirigido pela jornalista indígena Sandra Terena. O documentário está disponível no link www.quebrandoosilencio.blog.br
terça-feira, 5 de outubro de 2010
PODERIA SER TÃO SIMPLES
BARREIRAS IMAGINÁRIAS
"Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o
meu Deus, em quem confio" (Salmos 91:2).
Em um aquário costeiro, uma barracuda tentava
insistentemente atacar uma cavala mas, era impedida por um
vidro de separação. Depois de bater, repetidamente, seu
nariz contra a divisória, acabou desistindo de nova
tentativa. Mais tarde, a divisória foi retirada, mas, a
barracuda nadaria só até o ponto onde havia a barreira,
parando imediatamente. Ela pensava que ainda estava lá!
Muitas pessoas são como aquele peixe selvagem. Elas seguem
em frente até encontrar uma barreira imaginária, colocada
ali por uma atitude ou limitação imposta a si mesmas, e
param.
Que tipo de barreiras temos colocado à nossa frente,
limitando nossos sonhos e propósitos? Que atitudes, nossas
ou de outras pessoas, têm impedido a busca de nossas bênçãos
celestiais? Por que temos permitido que divisórias
imaginárias se ergam em nosso caminho, fazendo com que o
"somos mais do que vencedores" não seja real em nossas
vidas?
Precisamos exercitar a nossa fé. Ela circula obstáculos,
atravessa montanhas, guia-nos por vales áridos, faz ruir
toda e qualquer barreira imaginária.
Quando as circunstâncias dizem "não", a nossa fé grita
"sim". Quando as frustrações espalham nuvens escuras, a
confiança no Senhor abre uma fresta e deixa penetrar os
reluzentes raios do sol.
Muitas vezes deparamos com grandes barreiras levantadas à
nossa frente. Ingratidão, ciúme, inveja, indiferença, ódio,
ou qualquer outra coisa que tenha por objetivo impedir que
sejamos abençoados por Deus. O que devemos fazer? Seguir até
ali e parar? Retornar? Desistir? Claro que não! Precisamos
ter fé, confiar plenamente em nosso Senhor, segurar em Suas
mãos e seguir adiante. Ele estará conosco, nos ensinará a
derrubar as barreiras, estará ainda ao nosso lado quando
alcançarmos a vitória almejada.
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